Por Vicente Alves do Ó, Florbela - O Filme
3.5.12
A verdade é que, quando combinamos o serão de cinema, e seguimos a sugestão da Claudia, estava longe de imaginar a grandiosidade do filme que íamos assistir.
Escolhido o spot certo para vermos o filme, (no Centro Comercial Arrábida Shopping), cheguei um pouco antes da hora marcada, o que me permitiu comprar uns miminhos à companhia...
Florbela, com Dalila do Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo como protagonistas, está centrado num período muito específico, retratando o momento em que Florbela deixou de escrever.
As lágrimas correm, o filme prossegue, e cúmplices de todo o enredo, o silêncio foi sendo quebrado, por um murmurar soluçado ...
A sala estava vazia, e tirando o nosso Grupo, estava apenas mais uma pessoa, sozinha.
Quero acreditar que o dia, quinta-feira, e a hora, (19h), tenham sido os verdadeiros motivos para a apatia do público.
Asseguro-vos, sem receios, que foi um dos filmes que mais gostei de ver, e sim, permitiu-me voar, quase até à época em que tudo, realmente, aconteceu...
Para os mais curiosos, levanto uma pequena parte do véu, com a sinopse de apresentação, e o Teaser do filme.
Num Portugal atordoado pelo final da I República, vamos viajando, entre Vila Viçosa, Matosinhos e Lisboa, tudo paragens da vida e dos desamores de uma mulher que quis ser livre, muito mais livre do que as mulheres estavam destinadas a ser.
Separa-se de forma violenta do marido, António, e apaixonada por Mário Lage, refugia-se num novo casamento para encontrar estabilidade e escrever... Mas a vida de esposa, na província, não é conciliável com sua alma inquieta.
E é nessa cumplicidade familiar, com o irmão, que Florbela procura um sopro em cada esquina, desde os amantes, às revoltas populares, festas de foxtrot e o Tejo, que durante o filme, assiste à partida do irmão.
A dada altura o marido tenta resgatá-la, para a normalidade, mas como dar norte a quem tem sede de infinito?
Nesse imaginário febril de Florbela, neva dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, uma pantera ganha vida e apenas os seus poemas a mantém sã...
Com o seu segundo filme, Florbela, Vicente Alves do Ó confirma que é 'um contador de histórias', o 'melhor passaporte para alguém se tornar cineasta'.
Ficha Técnica:
Realização: Vicente Alves do Ó
Argumento: Vicente Alves do Ó
Produtor: Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola
Ano: 2012
Género: Drama
Duração: 119’
Elenco:
Dalila Carmo (Florbela Espanca)
Albano Jerónimo (Mário Lage)
Ivo Canelas (Apeles)
Rita Loureiro (Sophia D’Arriaga)
José Neves (António)
António Fonseca (João Espanca)
Carmen Santos (Henriqueta)
Maria Ana Filipe (Adelaide)
Marques d’Arede (Sr. Lage)
Anabela Teixeira (Júlia Alves)
Escolhido o spot certo para vermos o filme, (no Centro Comercial Arrábida Shopping), cheguei um pouco antes da hora marcada, o que me permitiu comprar uns miminhos à companhia...
Florbela, com Dalila do Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo como protagonistas, está centrado num período muito específico, retratando o momento em que Florbela deixou de escrever.
O filme é quase como uma viagem, acreditem, emocional, forte, genuína ... Inesquecível.
As lágrimas correm, o filme prossegue, e cúmplices de todo o enredo, o silêncio foi sendo quebrado, por um murmurar soluçado ...
A sala estava vazia, e tirando o nosso Grupo, estava apenas mais uma pessoa, sozinha.
Quero acreditar que o dia, quinta-feira, e a hora, (19h), tenham sido os verdadeiros motivos para a apatia do público.
Asseguro-vos, sem receios, que foi um dos filmes que mais gostei de ver, e sim, permitiu-me voar, quase até à época em que tudo, realmente, aconteceu...
Para os mais curiosos, levanto uma pequena parte do véu, com a sinopse de apresentação, e o Teaser do filme.
Num Portugal atordoado pelo final da I República, vamos viajando, entre Vila Viçosa, Matosinhos e Lisboa, tudo paragens da vida e dos desamores de uma mulher que quis ser livre, muito mais livre do que as mulheres estavam destinadas a ser.
É então que tudo muda, e Florbela não consegue escrever, nem amar.
Ao receber uma carta do irmão Apeles, oficial da Aviação Naval, e de licença em Lisboa, Florbela corre em busca de inspiração, perto da elite literária, que fervilha na capital. …
E é nessa cumplicidade familiar, com o irmão, que Florbela procura um sopro em cada esquina, desde os amantes, às revoltas populares, festas de foxtrot e o Tejo, que durante o filme, assiste à partida do irmão.
A dada altura o marido tenta resgatá-la, para a normalidade, mas como dar norte a quem tem sede de infinito?
Entre a realidade, e o sonho, os poemas surgem, quando o tempo pára.
Nesse imaginário febril de Florbela, neva dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, uma pantera ganha vida e apenas os seus poemas a mantém sã...
Este filme retrata, de uma forma tão absorvente, o íntimo, de Florbela Espanca.
Não de toda a sua vida, cheia de sofrimento, mas de um momento no tempo, em busca de inspiração, uma mulher que viveu de forma intensa, e não conseguiu amar docemente.
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Ficha Técnica:
Realização: Vicente Alves do Ó
Argumento: Vicente Alves do Ó
Produtor: Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola
Ano: 2012
Género: Drama
Duração: 119’
Elenco:
Dalila Carmo (Florbela Espanca)
Albano Jerónimo (Mário Lage)
Ivo Canelas (Apeles)
Rita Loureiro (Sophia D’Arriaga)
José Neves (António)
António Fonseca (João Espanca)
Carmen Santos (Henriqueta)
Maria Ana Filipe (Adelaide)
Marques d’Arede (Sr. Lage)
Anabela Teixeira (Júlia Alves)
2 comentários
Fiquei curiosíssimo. Não posso perder.
ResponderEliminarFrancisco, parabéns pelo texto.
Abraço!
Nuno
Francisco ADOREI o que acabei de ver publicado no teu Blog e que partilhei para o meu facebook.
ResponderEliminarEstá simplesmente maravilhosa a tua abordagem ao filme. Tens de facto uma sensibilidade e uma forma muito bonita e inteligente de escrever sobre o que vês, ouves e sentes. Parabéns!
Nunca deixes de escrever e descrever para nosso deleite!