Life in the fast lane

27.6.17


Em tempos desabafei convosco que não aprendi a dizer adeus e a verdade é que anos depois, continuo incapaz de o fazer.  

A minha mãe diz que isto é uma coisa que vem com o tempo mas eu conheço-me e esta sensibilidade exacerbada não me vai permitir encarar certos momentos com a "naturalidade" que os mesmos exigem.

Não sou forte, pelo menos no que respeita aos sentimentos e isso turva-me a capacidade de discernimento, as lágrimas vencem as palavras!

Partiste numa sexta-feira de manhã e apesar de te conhecer há pouco mais de 5, máximo 6 anos, foi o suficiente para perceber que de facto existe quem irradie uma luz que nos contagia pelo positivismo.

Não vou entrar em pormenores, há coisas que não são para serem exploradas, ponto.

Decidiste abraçar outras estradas e de facto (concordo contigo Maria) isto não é um final, é um recomeçar com a tua ausência física, na certeza de que vais olhar pelos que gostas e isso é o que mais importa!

Não éramos dos amigos mais próximos, até porque sempre tive uma queda natural para me dar maioritariamente com mulheres. 

Não sei, este dom que eu tenho com elas (mentira!). 

A verdade é que eu sempre tive uma ligação forte com a Ana Paula, uma cumplicidade que entendias e apoiavas.

Afinal de contas eu não ofereço ameaça alguma.

Sem brincadeiras, deste-me um dos presentes mais desejados (a Carlota) e inúmeros conselhos (alguns que ignorei e hoje me fazem ter três cães) outros que me permitiram amadurecer profissionalmente e eu sei (porque sei mesmo) que não encontrarei outro apoio assim.

Quando estive internado, foram um apoio incondicional para os meus pais e comigo, porque quem cuida dos nossos, cuida de nós também.

A tua mulher e as tuas filhas são igualmente outro dos maiores bens que nos permites ter nas nossas vidas.

Fica a acrescida responsabilidade de te deixar tranquilo e assegurar que não lhes vai faltar a companhia certa, nos momentos certos e incertos (que será quando mais precisam).

Talvez sem a tua ironia saudável mas na mesma proporção de cuidado, como elas nos merecem.

Fica um até já, na certeza de que nos reencontremos, meu Caro.

FranciscoVilhena

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