Suspiros de Cobardia

25.2.13


Todos nós, seja em que aspeto for, a dada altura da nossa vida, sentimos medo, temos medo ...

A diferença está naqueles que conseguem enfrentar os seus receios, na certeza de que aquilo que os assusta, é bem menos intenso que aquilo que os fará feliz e no final ... no final a vida compensa os audazes, fortalecendo os que têm coragem para seguir em frente.

Entre cobardias, está encontrado o mote da minha escrita, e foste tu, ele, ela, talvez todos ou nenhum, que me despertou a inspiração de tudo isto.

Escrevo mais depressa que aquilo que penso, tanto é o que quero dizer, (e quase como se tivesse receio de me esquecer de alguma coisa) a pressa parece-me a forma mais sensata, de não deixar nada ao acaso.

Uma palavra forte: cobardia.

Mas afinal, o que é a cobardia?

Falta de coragem, medo, timidez, poltronice ... fraqueza de ânimo, pusilanimidade ... ânimo traiçoeiro.

Sim, segundo as especificações mais rigorosas da wikipédia, mas para mim, cobardia, é bem mais complexo que isso.

Vertigens, que em tantos casos, nada mais promovem que uma extensa solidão ...


Por exemplo, 'tenho medo de gostar ... tenho medo de amar'. 

Quem tem medo de amar?

Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar, como o medo da violência, o medo do escuro, o medo de chorar ...

Quem, no seu juízo perfeito, tem medo de levitar, de gostar e ser gostado?

De vidrar os olhos em pensamentos cerrados, na imagem daquela pessoa especial, sorrindo, cúmplice de uma emoção forte, que une, e faz valer a pena.

Medo de sorrir, medo de dar a mão, de acordar com o respirar ao ouvido ... 

Suspirar, olhar, estar junto ... tornar a suspirar, vezes sem conta, tantas quanto a vontade de continuar ...

Um sentimento inconstante, um palpitar do coração acelerado, um desejo, uma vontade de nunca mais largar essa pessoa, de ela passa a existir no nosso coração, na nossa alma, na nossa vida.

Eu também tenho medo, tal como tu, como ele, como ela ...

Barreiras existem, e vão existir, algo que com o tempo aprendemos a ultrapassar, a superar, a lidar.

Mas sei que a história não termina pelo meio, e se termina, foi porque nunca foi história ...

Os finais felizes, existem, sim, e andam por aí, (quase que perdidos) à espera ... à espera daqueles que tiverem a robustez de os apanhar, e deles escreverem uma fábula ...

Algures ...

Sem medo ...

Pelo prazer de Amar e ser Amado.


Cobarde não é aquele que chora por amor, e sim aquele que não ama com medo de chorar.

Dedico este texto a todos aqueles que amam, cuidam, sabem amar e querem cuidar.

Obrigado por existirem, e por tornarem possível acreditar.



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