Hoje apetece-me falar de sentimentos ... ou de um, em particular.

A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos pontos de vista, alguns mais convergentes do que outros ...

Transporta-nos para um conceito meigo, e doce mas que arbitrariamente é usado a troco de coisa nenhuma.

É que na verdade, na sua (infeliz) maioria, as pessoas 'amam' muita coisa ... e depressa demais.

As pessoas 'amam' alguém que acabam de conhecer, por exemplo, pela forma como se identificam com ela, pela forma como pensa, ....

As pessoas também amam 'aquela carteira', 'aquele par de sapatos', 'aquele telemóvel high tech' ...

A lista do 'amor' é infindável, e vai das mais pequenas coisas às menores ainda ...

Claro que é legítimo que eu pergunte: então e como se amam as coisas grandes?

Como se ama um familiar, um animal de estimação, uma relação? ...

Sim, dita alguma gíria de que existem vários tipos de amor (e existem, é um facto) mas o amor conquista-se, constrói-se, alimenta-se ... Não tem uma fórmula imediata.

Na maioria das vezes, até nem se explica ... sente-se.

O amor é para aqueles que ousam ir mais longe, para os que entendem que um momento mau não pesa mais que dois momentos bons ... ou mesmo na pior das probabilidades, por vezes um momento mau não pesa mais que um momento bom ...

Claro, depende daquilo de que falamos, mas o bom e o mau são tão vagos como a definição de amor de cada um.

Eu não sei o que é amar por amar, amar tudo e no final não amar nada, mas sei o que é amar a tempo inteiro, com todas as implicações a que isso obriga.

Amar é gostar (mas é gostar mais que muito) é gostar para cuidar, é gostar para ficar ... Sem barreiras: a distância não existe e os limites também não ... É um sentimento que só faz sentido quando forte, quando seguro ... É uma reciprocidade emotiva, um investimento diário, o transpirar dos pormenores sentidos e vividos ... Das mais pequenas coisas ... àquelas bem maiores.