Assumidamente pouco prendado, eu e a cozinha, desde cedo, que temos um assegurado divórcio.

É quase como se fosse uma espécie de bicho papão!!

Não digo que toda a divisão me perturbe, mas acho que o forno, a placa e afins, promovem uma certa dor de cabeça em mim.

Sou viciado em decoração, então assumi a minha cozinha como um espaço social de conforto, onde se passa quase tudo ... menos cozinhar.

Sujeito a ser alvo de crítica, não tenho porque esconder que na realidade, não tenho qualquer inclinação para os refogados.

Equipei a minha cozinha com tudo aquilo que era necessário ... e complementei com o que era bonito (risos).

Tirei os azulejos, coloquei um quadro, uma laranjeira e uma oliveira, e no lugar da cliché mesa de cozinha, optei por um aparador.

Tenho a filosofia de que merecemos mais do que comer a olhar para um forno ou para um frigorífico!!

Não tenho quase nada visível, e só não embuti a totalidade do espaço, porque a arquitetura do imóvel não me permitiu ... e também porque depois também não tinha onde fazer o pequeno almoço. 

Não sei ligar o forno, o microondas é um outro bicho de sete cabeças, e o futuro não se adivinha risonho.

Nem o facto de morar sozinho há quase 8 anos, me despertou a vontade pelo avental (que na realidade, cá em casa, nunca existiu).

E que se acalmem os ânimos, porque nem todos sabemos fazer furos na parede, ou nem todos temos habilidade com a esfregona.

Eu não me vou pronunciar em relação a outro tipo de tarefas (corro o risco de diminuir a minha cotação como cara metade ideal, risos), mas eu e a cozinha, é oficial, não estamos em sinergia.