Não aprendi a dizer Adeus ... Até já Avó
14.3.15
Hoje escrevo para ti.
Se faz sentido?
Não sei, mas não tem que fazer.
Afinal de contas, escrevo para quem quero e quando quero e esta talvez seja uma das minhas formas de desabafar, de tornar a falar contigo ...
E pensar que ainda ontem dávamos as mãos.
Porque não me disseste que ias desistir?
Isto do destino, da vida e da morte, transcende-me, talvez por isso me desnorteie, sempre tive a mania de querer controlar tudo ... Somos assim, carneiros, determinados, teimosos!
Nascemos no mesmo dia e acho que isso explica as nossas turras e sorrisos na mesma intensidade.
Depois de meses a lutar (e saíste sempre vitoriosa) decidiste que estava na hora de repousares.
Sabes, não concordo.
Fazias 92 anos daqui a poucos dias ... 20, para ser exato.
Íamos celebrar o aniversário juntos e agora?!
Agora resta-me a incompreensão da minha cabeça, um coração apertado, as coisas que ficam por dizer, acho que nunca dizemos tudo aquilo que queremos.
Minha bonequinha linda ...
Lembras-te, sempre que te visitava era assim que te chamava, sorrias com os olhos como ninguém.
Passou menos de um ano, desde que a minha Avó Florinda partiu e agora tu, que representavas e seguravas a imagem de matriarca.
Resta-me a certeza de que foste uma grande mulher e estejas onde estiveres, não te esqueças, Amo-te Avó Ilza ... Até já.
FranciscoVilhena
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