Abandono ... Não é opção!

13.1.15


Desde pequeno que sempre me fez confusão ver animais perdidos, ou magoados na rua.

A dada altura da minha vida (teria eu 8, 9 anos de idade) recordo-me de chegar ao ponto de esconder pássaros feridos debaixo da cama ou de fazer casotas num terreno baldio perto de casa.

Lembro-me de criar uma 'associação', para os alunos e professores do OTL que frequentava e pedir 100 Escudos por mês.

100 Escudos, era o que eu pedia todos os meses a cada pessoa, para comprar latas e sacos de comida ...

Mais tarde, já na adolescência, perdi a conta das dores de cabeça que dei à minha mãe!

Tínhamos a sorte de morar numa casa relativamente grande, com pátio e jardim, e numa das garagens, acabei por conquistar o meu pequeno 'zoo'.

Tartarugas, peixes, pássaros, um cão que se chamava Bingo (resgatado por maus tratos), ratos de laboratório (que 'roubei' das experiências da escola) e até codornizes cheguei a ter, compradas numa feira, por onde passei, com a certeza de as 'salvar da mesa'.

Era uma espécie de Noé (risos), mas no lugar do barco, tinha a garagem.

A maior parte dos animais, levava às escondidas, sabia que há muito que tinha ultrapassado o 'razoável'.

Uma das últimas que aprontei, foi com uma gata. 

Encontrei-a na escola, meti-a na mochila e levei-a comigo.

Dei-lhe o nome de Maria Francisca e escondi-a na garagem, até ser descoberto pela minha mãe.

Ela zangava-se, estrebuchava, mas acabava por ceder.

A dada altura, a Teresa (empregada doméstica desde a minha infância) tornou-se na minha aliada.

A condição para eu ter os animais passava por assumir a responsabilidade dos mesmos ... sozinho.

Mas ela acabava por me ajudar e facilitava (assumo).

Cresci e as coisas não mudaram!

Atualmente tenho vários animais cá em casa, continuo a apanhar os pássaros feridos na rua, a diferença é que acabo por entregá-los no Parque Biológico de Gaia, aos cuidados de quem realmente sabe.

Mas existem animais, como cães e gatos, que não sou capaz de entregar no canil (desculpem) e as instituições (infelizmente) estão exageradamente lotadas, acabando por não aceitar mais nenhum elemento.

Alimento os que posso mas choro pelos que não consigo ajudar.

Assusta-me o número de olhares tristes e vazios com que me cruzo quando ando a pé pela rua, ou mesmo quando passo de carro;

Assusta-me ver aquele que um dia terá sido a alegria de uma família, a viver por baixo da soleira desta e daquela porta;

Assusta-me que a maioria das pessoas continue a ver o animal de estimação como um 'brinquedo', que usamos enquanto queremos e dispensamos quando 'deixa de fazer falta';

Assusta-me a capacidade de alguns anormais, que diariamente infligem maus tratos aos animais indefesos (cuja lei, espero, seja capaz de começar a controlar e a punir severamente).

Sabem, estava aqui horas a falar sobre isto, neste misto de raiva e incompreensão, mas dizem que uma imagem vale mais que mil palavras ...









Estas fotografias, retratam a realidade de uma ínfima percentagem de animais que vive entre a rua e o canil.

A diferença entre eles não varia muito: têm em comum o futuro incerto.

Muitas das vezes a morte por fome, atropelamento, frio ... 

(...)

Estou a chorar mais que aquilo que escrevo, por isso está na hora ficar por aqui.

Quero apenas deixar-vos um pedido: comprado ou adotado, independentemente do animal de estimação, não se esqueçam, eles amam-vos e este é um compromisso que vai da nascença ao adeus por velhice.

Despeço-me com um vídeo que diz tudo!

Pensem nisso!

FranciscoVilhena



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3 comentários

  1. É verdade! Eles são grandes companheiros! Subscrevo as tuas palavras e admiro a tua atitude!

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  2. Sofri... chorei... fiquei amargurada... esta é a história de muitos dos nossos peludinhos...
    Tantos que vivem esta experiência e outros tantos que ainda a vão viver... lamentávelmente...
    ELES AMAM INCONDICIONALMENTE... não podemos dizer que se assemelham ao homem...
    Cantinho do Tareco

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  3. São fotos que doem.
    O filme nem vi. Só os olhares nas fotos... Eu que tenho 9 gatos e tinha uma cadela que faleceu exatamente 1 semana antes do meu pai...

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